MELANOMA: o que você precisa saber


No Brasil, embora o câncer de pele corresponda a cerca de 30% de todos os tumores malignos, o melanoma corresponde apenas a 3% das neoplasias desse órgão, sendo o tipo mais grave devido à alta possibilidade de provocar metástases. 

Os fatores de risco observados envolvem exposição aos raios ultravioletas, nevos displásicos e congênitos, pele clara, histórico pessoal de melanoma e histórico familiar.

O diagnóstico de uma lesão suspeita de melanoma é feito por meio de: exame clínico, com inspeção do ABCD do melanoma; anamnese, com análise da evolução da lesão; exame dermatoscópico e mapeamento corporal total.

Entenda aqui seus sinais, como é o diagnóstico, fatores de risco e tratamento.

Sobre o Melanoma

É originado nas células produtoras de melanina, os melanócitos.

As lesões podem surgir na pele, nos olhos, nas membranas mucosas e até no sistema nervoso central. Se apresentam como pintas ou manchas que podem apresentar alterações como inchaço, vermelhidão, sangramento e/ou coceira.

O Melanoma é considerado o câncer de pele mais letal em decorrência de sua alta capacidade de metástase. A boa notícia é que, se diagnosticado no início, as chances de cura chegam a 90%.

Grupos de risco aumentado

Os maiores afetados são os adultos de pele branca, mas o melanoma pode também atingir pessoas de pele negra (geralmente aparecendo palmas das mãos e plantas dos pés). 

As pessoas que se expuseram ao sol repetidas vezes ao longo da vida sem fazer uso de proteção são um grupo de risco, já que as queimaduras solares causadas pelos raios UV vão danificando a pele com o passar do tempo.

Outro grupo que apresenta maior propensão ao melanoma é o de pessoas com pele e/ou olhos claros: os ruivos, loiros e albinos; pessoas com familiares com melanoma; história de exposição prévia a cabine de bronzeamento artificial.

Veja na imagem os locais de maior acometimento.

Quais os sinais?

O melanoma pode surgir a partir de uma pinta pré-existente ou não. Quando a pinta já existe, ela tende a aumentar de tamanho, mudar de cor e de formato. Mas o melanoma pode também surgir ‘de novo’, ou seja, como uma pinta nova.

Uma maneira fácil de avaliar se um sinal na pele pode ser um tumor do tipo melanoma é aplicar a regra “ABCDE”:

  • Assimetria
  • Bordas irregulares
  • Cor variada na mesma lesão
  • Diâmetro maior que 6 milímetros
  • Evolução de tamanho, forma ou coloração.

Sangramento, inflamação, dor, sensibilidade e coceira também são possíveis sintomas.

Mas atenção! Nem sempre uma lesão como essa significa câncer. É necessária a avaliação de um profissional da área médica. 

Diagnóstico

O diagnóstico precoce faz muita diferença no tratamento do melanoma. 

O acompanhamento periódico com o médico dermatologista é fundamental para pessoas com suspeita da doença.

O diagnóstico de suspeição é feito através de exame clínico em que é analisado o aspecto da lesão, e do exame dermatoscópico, e se disponível, microscopia confocal. A partir da identificação da lesão suspeita, é realizada a biopsia de pele e o exame anatomopatológico.

O exame anatomopatológico é considerado o padrão ouro para a confirmação do melanoma.

No mapeamento corporal ou dermatoscopia digital é realizada uma documentação fotográfica digitalizada de toda a superfície corporal e, mais especificamente, das pintas, ou nevos, identificando pontos de atenção ou problemas, para seu rápido tratamento.

É um exame importante para detecção precoce, indicado principalmente para pessoas com mais de 30 pintas ou sinais pelo corpo, também chamados de nevos melanocíticos.

Também devem realizar o mapeamento pessoas com histórico de câncer de pele na família ou que possuam a Síndrome do Nevo Atípico.

Além de auxiliar na detecção precoce do melanoma, é ainda determinante para diagnóstico de tipos de câncer de pele menos agressivos, como o carcinoma espinocelular e carcinoma basocelular.

Tratamento

O tratamento adequado vai depender do estágio do câncer e se houver metástase. 

A cirurgia com ampliação de margens é o tratamento preconizado. Entretanto, quando o melanoma estiver em estágio mais avançado, além do procedimento cirúrgico, pode haver necessidade de tratamentos sistêmicos, como terapia-alvo, imunoterapia, quimioterapia e até mesmo radioterapia.

O ideal é sempre identificar o câncer em sua fase inicial, para que as chances de sucesso no tratamento sejam mais altas.

Histórico familiar aumenta os riscos de câncer de pele?

Sim! O risco de um paciente ser diagnosticado com melanoma está aumentado quando há casos desse tumor em familiares de primeiro grau.

E ainda, existem casos de melanomas em regiões do corpo pouco expostas ao sol, que apresentam alterações genéticas diferentes das outras.

Em alguns casos, os genes que controlam o crescimento celular (CDK4) e os supressores de tumor (CDKN2A) podem estar alterados e após o impacto solar, há mais chances de desenvolvimento do melanoma nesses pacientes.

Portanto, quando há casos de câncer na família, o acompanhamento dermatológico é ainda mais importante.

Como prevenir?

  • Evite o sol entre 10h e 16h, pois os raios solares estarão mais intensos;
  • Quando for se expor ao sol, se proteja com bonés, chapéus, barracas;
  • E o mais importante: faça uso diário de filtro solar no rosto e corpo, lembrando de reaplicar algumas vezes por dia. O protetor solar é a melhor barreira contra os raios UV. Isso vale mesmo para regiões com dias mais frios e ainda chuvosos.

Faça check ups regulares com um dermatologista e em caso de lesão suspeita, busque imediatamente um especialista.

Conte comigo.

Dra. Luana Meneghello

Dermatologista com pós-graduação em dermatologia oncológica pelo Sírio Libanês.