Mapeamento Corporal

O mapeamento corporal é uma técnica utilizada para examinar a pele do paciente em busca de sinais de lesões ou alterações que possam indicar a presença de câncer, de forma precoce.

Para quem é indicado?

Esse tipo procedimento é indicado especialmente para aquelas pessoas que possuem histórico pessoal ou familiar de câncer de pele, bem como muitas manchas e pintas no corpo – pintinhas pequenas e mais escuras (nevos) ou com formatos irregulares e com mais de 6 mm de diâmetro (nevos atípicos).

Como é o exame?

O exame consiste em 2 etapas:

– Na primeira etapa são realizadas fotos macroscópicas de toda a superfície do corpo (Mapeamento Corporal) em posições diferentes, padronizadas internacionalmente.

– A segunda etapa consiste na Dermatoscopia Digital das lesões pigmentadas selecionadas, para acompanhamento, realizada através de um dermatoscópio digital.

As imagens são armazenadas no programa específico do equipamento para posterior comparação e detecção precoce de mudanças nas ‘pintas’e/ou surgimento de manchas novas.

Durante esse exame, verificamos toda a pele, incluindo as áreas que ficam escondidas, como orelhas, couro cabeludo, dedos dos pés e das mãos e até mesmo as unhas.

Dessa forma, qualquer lesão suspeita é avaliada e, se necessário, pode ser removida para uma biópsia.

Qual a frequência de realização?

A recomendação é que o mapeamento corporal seja realizado a cada 6 ou 12 meses, mas a periodicidade pode mudar, dependendo do caso.

Quais os sinais de suspeita de câncer de pele?

– Lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra com facilidade.

– Pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, aumenta de tamanho e torna-se irregular nas bordas. Em uma pinta normal a borda é lisa e regular. Se for irregular, é preciso prestar atenção ao restante dos sinais.

– Mancha ou ferida que não cicatriza e continua a crescer. Pode ainda coçar, formar crostas e/ou sangrar.

Vale lembrar que a detecção precoce de tumores malignos pode aumentar significativamente as chances de sucesso no tratamento e cura da doença.

Não arrisque sua pele e saúde.
Se tiver alguma suspeita, procure imediatamente ajuda médica.

Dra. Luana Meneghello
Dermatologista

O que você precisa saber sobre Câncer de Pele e como evitá-lo

O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, por isso, é de extrema importância que conheçamos mais sobre este tema, que ocorre devido ao desenvolvimento anormal e descontrolado das células da pele, que se multiplicam rapidamente até formarem um tumor.

Existem três principais tipos, veja abaixo:

Carcinoma basocelular (CBC)

Tipo mais comum e frequente, que começa nas células basais (camada mais profunda da epiderme) e produzem novas células de pele conforme as antigas morrem. Normalmente é caracterizado por um nódulo branco perolado ou uma mancha avermelhada, que sangra com facilidade.

Carcinoma espinocelular (CEC)

Segundo tipo mais comum, que normalmente ocorre em razão de células escamosas presentes na camada mais superficial da pele. O CEC normalmente apresenta sinais de dano solar, como fotodano, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade da pele, possuindo uma coloração avermelhada e em forma de machucados ou feridas espessos e descamativos. Pode acometer diversas áreas do corpo, embora seja mais comum nas áreas mais expostas ao sol.

Melanoma

Mais raro e possui origem nas células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele, (melanócitos). Em geral, ele possui aparência de sinal ou pinta na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos, e até mesmo avermelhados porém, mudam de cor, tamanho, formato e podem até causar sangramento. Pode surgir em qualquer área do corpo.

Vale lembrar que, todos citados acima são mais frequentes a partir dos 50/60 anos, porém, é possível o surgimento em qualquer idade, principalmente se existir fator genético envolvido e histórico de exposição solar frequente, sem proteção.

Vale destacar que existe o rastreamento da doença, através do mapeamento corporal, que consiste na realização de um exame que tem como objetivo a detecção da doença precocemente.

 

QUANDO REALIZAR O MAPEAMENTO CORPORAL?

O mapeamento é indicado para pessoas com predisposição ao desenvolvimento de câncer de pele, ou seja, com histórico familiar da doença ou que possuem um grande número de pintas espalhadas pelo corpo: pintinhas pequenas e mais escuras (nevos) ou com formatos irregulares e com mais de 6 mm de diâmetro (nevos atípicos).

Atualmente, ele é o exame mais utilizado para detecção precoce e acompanhamento da evolução do câncer de pele, principalmente melanomas; é feito por meio de fotografias do corpo todo, com foco nas pintas e, por isso, não é invasivo ou causa dor.

A recomendação é que o mapeamento corporal seja realizado a cada 6 ou 12 meses.

Porém, a periodicidade pode mudar, dependendo do caso e da recomendação médica.

Se você notar a presença de pintas de tamanho aumentado ou numerosas pelo corpo ou, ainda, possuir histórico da doença na família, busque o auxílio de um dermatologista.

 

FATORES DE RISCO

Os fatores de risco são circunstâncias que podem aumentar as chances da doença se desenvolver em uma pessoa.

No caso do câncer de pele, existem os evitáveis, como a exposição solar, por exemplo, e os não-evitáveis, como genética e histórico familiar.

Veja os fatores:

– Formatos, tamanhos e cores diferentes de pintas no corpo;

– Excesso de exposição solar;

– Pele clara;

– Histórico familiar;

– Histórico individual;

– Imunossupressão.

 

Possuir um fator de risco não é algo para se ter medo, mas sim, um sinal de que a prevenção precisa ser redobrada.

 

CUIDADOS ESSENCIAS PREVENTIVOS

Os cuidados que devemos ter diariamente são essenciais para a prevenção, tais como:

– Aplicar filtro solar todos os dias, faça chuva ou faça sol.

– Aplicar filtro solar se for estar em exposição direta ao sol, com fator de proteção (FPS) de no mínimo 50, ao menos 30 minutos antes de sair.

– Evitar exposição prolongada entre 10h e 16h.

– Reaplicar o filtro a cada duas horas, enquanto estiver sob o sol, bem como após transpiração intensa ou mergulho em mar ou piscina.

– Usar protetor solar nos lábios.

– Usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus; óculos escuros com proteção UV; sombrinhas e barracas.

 

Temos também a opção de proteção oral, que costuma possuir ativos como Picnogenol, Polypodium Leucotomos e Luteína, potentes antioxidantes envolvidos no combate aos radicais livres e aos danos causados na pele pelo sol.

Pode ser usado como um complemento do protetor solar. Tendo como objetivo aumentar a proteção de dentro para fora, agindo de forma sistêmica na proteção do DNA das células, assim amenizando os danos que a radiação solar provoca ao organismo.

 

AO RECEBER UM DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE PELE

 

Existem diversas formas de tratamento para o câncer de pele, a modalidade escolhida varia de acordo com o tipo e a extensão da doença. E o quanto antes descoberta, maiores são as chances de cura, por isso, é importante a consulta regular com o médico dermatologista, pelo menos uma vez ao ano.

MELANOMA: o que você precisa saber


No Brasil, embora o câncer de pele corresponda a cerca de 30% de todos os tumores malignos, o melanoma corresponde apenas a 3% das neoplasias desse órgão, sendo o tipo mais grave devido à alta possibilidade de provocar metástases. 

Os fatores de risco observados envolvem exposição aos raios ultravioletas, nevos displásicos e congênitos, pele clara, histórico pessoal de melanoma e histórico familiar.

O diagnóstico de uma lesão suspeita de melanoma é feito por meio de: exame clínico, com inspeção do ABCD do melanoma; anamnese, com análise da evolução da lesão; exame dermatoscópico e mapeamento corporal total.

Entenda aqui seus sinais, como é o diagnóstico, fatores de risco e tratamento.

Sobre o Melanoma

É originado nas células produtoras de melanina, os melanócitos.

As lesões podem surgir na pele, nos olhos, nas membranas mucosas e até no sistema nervoso central. Se apresentam como pintas ou manchas que podem apresentar alterações como inchaço, vermelhidão, sangramento e/ou coceira.

O Melanoma é considerado o câncer de pele mais letal em decorrência de sua alta capacidade de metástase. A boa notícia é que, se diagnosticado no início, as chances de cura chegam a 90%.

Grupos de risco aumentado

Os maiores afetados são os adultos de pele branca, mas o melanoma pode também atingir pessoas de pele negra (geralmente aparecendo palmas das mãos e plantas dos pés). 

As pessoas que se expuseram ao sol repetidas vezes ao longo da vida sem fazer uso de proteção são um grupo de risco, já que as queimaduras solares causadas pelos raios UV vão danificando a pele com o passar do tempo.

Outro grupo que apresenta maior propensão ao melanoma é o de pessoas com pele e/ou olhos claros: os ruivos, loiros e albinos; pessoas com familiares com melanoma; história de exposição prévia a cabine de bronzeamento artificial.

Veja na imagem os locais de maior acometimento.

Quais os sinais?

O melanoma pode surgir a partir de uma pinta pré-existente ou não. Quando a pinta já existe, ela tende a aumentar de tamanho, mudar de cor e de formato. Mas o melanoma pode também surgir ‘de novo’, ou seja, como uma pinta nova.

Uma maneira fácil de avaliar se um sinal na pele pode ser um tumor do tipo melanoma é aplicar a regra “ABCDE”:

  • Assimetria
  • Bordas irregulares
  • Cor variada na mesma lesão
  • Diâmetro maior que 6 milímetros
  • Evolução de tamanho, forma ou coloração.

Sangramento, inflamação, dor, sensibilidade e coceira também são possíveis sintomas.

Mas atenção! Nem sempre uma lesão como essa significa câncer. É necessária a avaliação de um profissional da área médica. 

Diagnóstico

O diagnóstico precoce faz muita diferença no tratamento do melanoma. 

O acompanhamento periódico com o médico dermatologista é fundamental para pessoas com suspeita da doença.

O diagnóstico de suspeição é feito através de exame clínico em que é analisado o aspecto da lesão, e do exame dermatoscópico, e se disponível, microscopia confocal. A partir da identificação da lesão suspeita, é realizada a biopsia de pele e o exame anatomopatológico.

O exame anatomopatológico é considerado o padrão ouro para a confirmação do melanoma.

No mapeamento corporal ou dermatoscopia digital é realizada uma documentação fotográfica digitalizada de toda a superfície corporal e, mais especificamente, das pintas, ou nevos, identificando pontos de atenção ou problemas, para seu rápido tratamento.

É um exame importante para detecção precoce, indicado principalmente para pessoas com mais de 30 pintas ou sinais pelo corpo, também chamados de nevos melanocíticos.

Também devem realizar o mapeamento pessoas com histórico de câncer de pele na família ou que possuam a Síndrome do Nevo Atípico.

Além de auxiliar na detecção precoce do melanoma, é ainda determinante para diagnóstico de tipos de câncer de pele menos agressivos, como o carcinoma espinocelular e carcinoma basocelular.

Tratamento

O tratamento adequado vai depender do estágio do câncer e se houver metástase. 

A cirurgia com ampliação de margens é o tratamento preconizado. Entretanto, quando o melanoma estiver em estágio mais avançado, além do procedimento cirúrgico, pode haver necessidade de tratamentos sistêmicos, como terapia-alvo, imunoterapia, quimioterapia e até mesmo radioterapia.

O ideal é sempre identificar o câncer em sua fase inicial, para que as chances de sucesso no tratamento sejam mais altas.

Histórico familiar aumenta os riscos de câncer de pele?

Sim! O risco de um paciente ser diagnosticado com melanoma está aumentado quando há casos desse tumor em familiares de primeiro grau.

E ainda, existem casos de melanomas em regiões do corpo pouco expostas ao sol, que apresentam alterações genéticas diferentes das outras.

Em alguns casos, os genes que controlam o crescimento celular (CDK4) e os supressores de tumor (CDKN2A) podem estar alterados e após o impacto solar, há mais chances de desenvolvimento do melanoma nesses pacientes.

Portanto, quando há casos de câncer na família, o acompanhamento dermatológico é ainda mais importante.

Como prevenir?

  • Evite o sol entre 10h e 16h, pois os raios solares estarão mais intensos;
  • Quando for se expor ao sol, se proteja com bonés, chapéus, barracas;
  • E o mais importante: faça uso diário de filtro solar no rosto e corpo, lembrando de reaplicar algumas vezes por dia. O protetor solar é a melhor barreira contra os raios UV. Isso vale mesmo para regiões com dias mais frios e ainda chuvosos.

Faça check ups regulares com um dermatologista e em caso de lesão suspeita, busque imediatamente um especialista.

Conte comigo.

Dra. Luana Meneghello

Dermatologista com pós-graduação em dermatologia oncológica pelo Sírio Libanês.