Tratamentos da Psoríase

Sabemos que existem vários tipos e níveis de gravidade da Psoríase.

Com base geral, destaco as linhas de tratamentos dessa condição autoimune que atinge a pele e pode também acometer as articulações. Por isso, dependendo do quadro, é preciso envolver outros especialistas, como o reumatologista e ainda psicólogo e/ou psiquiatra, caso a doença tenha impacto nas emoções e nas relações interpessoais.

Corticosteroides

Uso tópico de forma isolada ou em associação com outras substâncias. Essa é a base da pirâmide e muitos pacientes respondem bem ao tratamento. Lembro que a automedicação é contraindicada! 

Fototerapia

 

A fototerapia é a modalidade terapêutica que aplica exposições repetidas e controladas de radiação ultravioleta para alterar a fisiologia cutânea.

O objetivo é induzir a regressão ou controlar a evolução de diversas dermatoses, muitas de alta incidência e difícil controle.

A exposição da pele à radiação ultravioleta A (UVA) ou ultravioleta B (UVB) pode ser feita, com supervisão médica, através de uma cabine fechada ou unidades portáteis de diferentes tamanhos. Estes aparelhos emitem radiação de modo controlado e o tratamento segue protocolos bem definidos pelas sociedades médicas.

Medicamentos modificadores do curso de doença (MMCD) ex.: Metotrexato (MTX)

Pode ser uma opção para casos moderados a graves. Droga que possui ação anti-inflamatória e imunorreguladora. Em geral, o medicamento é usado na forma oral (comprimidos), porém existem opções de uso subcutâneo ou intramuscular.

Terapias biológicas

São terapias-alvo, voltadas aos pacientes com psoríase de moderada a grave (cerca de 20% dos pacientes).

Nos últimos 5 anos, tivemos um salto em opções de medicamentos biológicos aprovados para a psoríase no Brasil. Menciono os últimos lançados por aqui, da classe terapêutica das anti-interleucinas (17 e 23 e 12/23):

  • Cosentyx®️ (Secuquinumabe);
  • Skyrizi®️ (Risanquizumabe);
  • Taltz®️ (Ixequizumabe);
  • Tremfya®️ (Guselkumabe);
  • Stelara®️ (Ustequinumabe).

Todos são apresentados em forma de caneta injetável (uso subcutâneo) e boa parte está disponível para solicitação pelo convênio ou no SUS.

Antes dos citados acima, temos a aprovação do Adalimumabe (Humira® e Hyrimoz®), Etanercepte (Brenzys® e Enbrel®) e o Infliximabe (Remicade®).

O que vem por aí…

Em setembro/2022, o órgão regulador americano de alimentos, suplementos e medicamentos, FDA (Food and Drug Administration), aprovou dois novos medicamentos para o tratamento da Psoríase.

Isso significa que podemos esperar novidades por aqui em breve, sinal de esperança para

quem não respondeu as medicações já aprovadas.

São eles:

– SPEVIGO (spesolimab-sbzo) – imunobiológico que bloqueia a ativação do receptor da interleucina 36.
Foi aprovado para o tratamento de adultos com psoríase pustulosa generalizada, conhecida ainda como psoríase de Von Zumbusch. Essa foi a primeira medicação aprovada para esse tipo de psoríase. Seu uso é endovenoso.

– SOTYKTU (deucravacitinib) – da classe dos anti-JAK; seu uso é oral, um benefício que pode trazer maior adesão ao tratamento. Aprovado para pessoas adultas com psoríase em placas, de moderada a severa, que são candidatos a terapia sistêmica ou fototerapia.

Orientações Gerais

  1. Mantenha a pele hidratada

É importante destacar que, a hidratação contribui para melhorar a qualidade da pele dos pacientes com psoríase, pois uma pele bem hidratada possui maior barreira de proteção.

Indico a hidratação duas vezes ao dia, principalmente após o banho, quando a pele fica mais ressecada por conta do uso de sabonete, atrito com toalha e ainda efeitos da água morna ou quente.

Vale lembrar que os esfoliantes, produtos com corante e perfumes não são recomendados, pois podem desencadear um quadro alérgico ou agravar as lesões.

  1. Use o sol como aliado

Sim, o sol pode ajudar! Segundo pesquisas, o astro rei ajuda a amenizar a inflamação e ainda contribui para regenerar a pele, melhorando os sintomas da doença.

A exposição deve ser feita no início da manhã ou fim da tarde, por cerca de 10 minutos.

Já a exposição excessiva aos raios UVA e UVB, mesmo com filtro solar, pode irritar a pele dos pacientes com psoríase, piorando o quadro, além de poder causar queimaduras, envelhecimento precoce e câncer de pele.

Considerações finais

Lembrando que, cada tipo e gravidade de psoríase pode responder melhor a um tipo diferente de tratamento (ou a uma combinação de terapias). O que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra, dessa forma, o tratamento será sempre individualizado.

Se um tratamento não deu certo…

Existe um leque de opções de tratamento, se um não deu certo, vamos reavaliar! A Psoríase tem tratamento e envolve uma equipe multidisciplinar para que possamos alcançar o sucesso e a tão almejada remissão.

Conte comigo no controle da Psoríase.

Dra. Luana Meneghello

Dermatologista SBD

Atendimento presencial em Santa Maria, RS e por telemedicina para todo o Brasil.

Acne

É uma condição de pele que causa a formação de cravos (comedões), pápulas, pústulas e cistos. Surge principalmente na adolescência, devido à maior produção hormonal em nosso organismo. Hereditariedade, genética, alterações na produção dos hormônios sexuais, infecção por bactérias e até o estresse emocional são considerados fatores de risco para a manifestação da acne ou agravamento do quadro.

As lesões são causadas pelo aumento da produção de sebo pelas das glândulas sebáceas, obstruindo os poros e aumentando a proliferação de bactérias. O resultado são os comedões, que chamamos mais comumente de cravos, e, quando ocorre a inflamação, chamamos de espinha.

Seu tratamento varia de acordo com cada quadro e faixa etária, especialmente se estamos falando de adolescência ou se é uma mulher adulta, já que é mais comum no sexo feminino.

Possíveis causas para a acne em adultos:

uso de alguns medicamentos, como vitaminas do complexo B e corticoides;
uso de produtos inadequados ao seu tipo de pele;
estresse;
variações hormonais, como gravidez e ciclo menstrual;
síndrome do ovário policístico;
distúrbios da glândula suprarrenal.

Lembro que NÃO devemos espremer cravos ou espinhas, para não agravar ainda mais o quadro inflamatório.

O tratamento irá depender da causa, podendo variar entre o uso de medicamentos tópicos ou orais, além de procedimentos como lasers e peelings.