Mapeamento Corporal

O mapeamento corporal é uma técnica utilizada para examinar a pele do paciente em busca de sinais de lesões ou alterações que possam indicar a presença de câncer, de forma precoce.

Para quem é indicado?

Esse tipo procedimento é indicado especialmente para aquelas pessoas que possuem histórico pessoal ou familiar de câncer de pele, bem como muitas manchas e pintas no corpo – pintinhas pequenas e mais escuras (nevos) ou com formatos irregulares e com mais de 6 mm de diâmetro (nevos atípicos).

Como é o exame?

O exame consiste em 2 etapas:

– Na primeira etapa são realizadas fotos macroscópicas de toda a superfície do corpo (Mapeamento Corporal) em posições diferentes, padronizadas internacionalmente.

– A segunda etapa consiste na Dermatoscopia Digital das lesões pigmentadas selecionadas, para acompanhamento, realizada através de um dermatoscópio digital.

As imagens são armazenadas no programa específico do equipamento para posterior comparação e detecção precoce de mudanças nas ‘pintas’e/ou surgimento de manchas novas.

Durante esse exame, verificamos toda a pele, incluindo as áreas que ficam escondidas, como orelhas, couro cabeludo, dedos dos pés e das mãos e até mesmo as unhas.

Dessa forma, qualquer lesão suspeita é avaliada e, se necessário, pode ser removida para uma biópsia.

Qual a frequência de realização?

A recomendação é que o mapeamento corporal seja realizado a cada 6 ou 12 meses, mas a periodicidade pode mudar, dependendo do caso.

Quais os sinais de suspeita de câncer de pele?

– Lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra com facilidade.

– Pinta preta ou castanha que muda de cor, textura, aumenta de tamanho e torna-se irregular nas bordas. Em uma pinta normal a borda é lisa e regular. Se for irregular, é preciso prestar atenção ao restante dos sinais.

– Mancha ou ferida que não cicatriza e continua a crescer. Pode ainda coçar, formar crostas e/ou sangrar.

Vale lembrar que a detecção precoce de tumores malignos pode aumentar significativamente as chances de sucesso no tratamento e cura da doença.

Não arrisque sua pele e saúde.
Se tiver alguma suspeita, procure imediatamente ajuda médica.

Dra. Luana Meneghello
Dermatologista

Atria – tecnologia a favor do rejuvenescimento

Conheça essa tecnologia, disponível em meu consultório.

Trata-se de um aparelho de ultrassom micro e macrofocado, que possui uma tecnologia inovadora, permitindo novas possibilidades de tratamentos de alto padrão, de forma não invasiva, com resultados mais rápidos.

A técnica possibilita o alcance da camada mais profunda da derme, onde age estimulando o colágeno e reduzindo a gordura de forma confortável.

Principais indicações:

– Tratamento da flacidez corporal e gordura localizada.
– Melhora das rugas e pálpebras.
– Contornos mais definidos.
– Elevação da cicatriz umbilical.
– Efeito ‘Lifting’ da face e pescoço (redução da ‘papada’).

É um procedimento rápido, que dura em média de 30 a 40 minutos, e o melhor: o método é totalmente individualizado, sendo desenvolvido de acordo com a necessidade de cada paciente, após a devida avaliação.

Os resultados são percebidos com mais intensidade em 2 a 3 meses, por conta da efetiva produção de colágeno, responsável pela firmeza da pele.

Dra. Luana Meneghello
Dermatologista

Teste de Contato

Também conhecido como Patch Test, trata-se de um exame que deve ser feito nos casos de suspeita clínica de dermatite de contato, eczemas crônicos recorrentes, dermatites com liquenificações e quando existem suspeitas de manifestações cutâneas causadas por sustâncias químicas.

São coladas fitas adesivas nas costas do paciente contendo pequenas quantidades das substâncias de potencial alergênico mais comuns a serem testadas.

A pele poderá então, reagir a esses alérgenos, apresentando inchaço, vermelhidão, vesículas e coceira na área onde eles foram aplicados.

Após  48 horas as fitas adesivas são retiradas e procedemos a primeira leitura da pele. Uma segunda análise é realizada, em um novo intervalo de 48h para a confirmação do diagnóstico.

Ressalto que esse tipo de exame é totalmente indolor, podendo ser feito em crianças e adultos, salvo em algumas situações, tais como:

– Gestantes.
– Pacientes com a doença ativa.
– Pessoas que fazem uso de altas doses de medicamentos imunossupressores.

O teste de contato com a bateria padrão possui 30 substâncias, padronizadas pelo departamento especializado de alergia dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Cito alguns exemplos: níquel, couro, tintas, plástico, cimento, borracha, produtos de limpeza, além de medicamentos, como anestésicos locais.

Cuidados: suspender o uso dos corticosteroides sistêmicos, injetáveis e tópicos antes da realização do procedimento.

Portanto, o teste de contato é uma ótima alternativa para identificar alergias e doenças dermatológicas, agilizando o diagnóstico, podemos ajustar o tratamento, com mais assertividade e então, ajudar garantir uma melhor qualidade de vida do paciente.

Dra. Luana Meneghello
Dermatologista

O que você precisa saber sobre Câncer de Pele e como evitá-lo

O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, por isso, é de extrema importância que conheçamos mais sobre este tema, que ocorre devido ao desenvolvimento anormal e descontrolado das células da pele, que se multiplicam rapidamente até formarem um tumor.

Existem três principais tipos, veja abaixo:

Carcinoma basocelular (CBC)

Tipo mais comum e frequente, que começa nas células basais (camada mais profunda da epiderme) e produzem novas células de pele conforme as antigas morrem. Normalmente é caracterizado por um nódulo branco perolado ou uma mancha avermelhada, que sangra com facilidade.

Carcinoma espinocelular (CEC)

Segundo tipo mais comum, que normalmente ocorre em razão de células escamosas presentes na camada mais superficial da pele. O CEC normalmente apresenta sinais de dano solar, como fotodano, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade da pele, possuindo uma coloração avermelhada e em forma de machucados ou feridas espessos e descamativos. Pode acometer diversas áreas do corpo, embora seja mais comum nas áreas mais expostas ao sol.

Melanoma

Mais raro e possui origem nas células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele, (melanócitos). Em geral, ele possui aparência de sinal ou pinta na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos, e até mesmo avermelhados porém, mudam de cor, tamanho, formato e podem até causar sangramento. Pode surgir em qualquer área do corpo.

Vale lembrar que, todos citados acima são mais frequentes a partir dos 50/60 anos, porém, é possível o surgimento em qualquer idade, principalmente se existir fator genético envolvido e histórico de exposição solar frequente, sem proteção.

Vale destacar que existe o rastreamento da doença, através do mapeamento corporal, que consiste na realização de um exame que tem como objetivo a detecção da doença precocemente.

 

QUANDO REALIZAR O MAPEAMENTO CORPORAL?

O mapeamento é indicado para pessoas com predisposição ao desenvolvimento de câncer de pele, ou seja, com histórico familiar da doença ou que possuem um grande número de pintas espalhadas pelo corpo: pintinhas pequenas e mais escuras (nevos) ou com formatos irregulares e com mais de 6 mm de diâmetro (nevos atípicos).

Atualmente, ele é o exame mais utilizado para detecção precoce e acompanhamento da evolução do câncer de pele, principalmente melanomas; é feito por meio de fotografias do corpo todo, com foco nas pintas e, por isso, não é invasivo ou causa dor.

A recomendação é que o mapeamento corporal seja realizado a cada 6 ou 12 meses.

Porém, a periodicidade pode mudar, dependendo do caso e da recomendação médica.

Se você notar a presença de pintas de tamanho aumentado ou numerosas pelo corpo ou, ainda, possuir histórico da doença na família, busque o auxílio de um dermatologista.

 

FATORES DE RISCO

Os fatores de risco são circunstâncias que podem aumentar as chances da doença se desenvolver em uma pessoa.

No caso do câncer de pele, existem os evitáveis, como a exposição solar, por exemplo, e os não-evitáveis, como genética e histórico familiar.

Veja os fatores:

– Formatos, tamanhos e cores diferentes de pintas no corpo;

– Excesso de exposição solar;

– Pele clara;

– Histórico familiar;

– Histórico individual;

– Imunossupressão.

 

Possuir um fator de risco não é algo para se ter medo, mas sim, um sinal de que a prevenção precisa ser redobrada.

 

CUIDADOS ESSENCIAS PREVENTIVOS

Os cuidados que devemos ter diariamente são essenciais para a prevenção, tais como:

– Aplicar filtro solar todos os dias, faça chuva ou faça sol.

– Aplicar filtro solar se for estar em exposição direta ao sol, com fator de proteção (FPS) de no mínimo 50, ao menos 30 minutos antes de sair.

– Evitar exposição prolongada entre 10h e 16h.

– Reaplicar o filtro a cada duas horas, enquanto estiver sob o sol, bem como após transpiração intensa ou mergulho em mar ou piscina.

– Usar protetor solar nos lábios.

– Usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus; óculos escuros com proteção UV; sombrinhas e barracas.

 

Temos também a opção de proteção oral, que costuma possuir ativos como Picnogenol, Polypodium Leucotomos e Luteína, potentes antioxidantes envolvidos no combate aos radicais livres e aos danos causados na pele pelo sol.

Pode ser usado como um complemento do protetor solar. Tendo como objetivo aumentar a proteção de dentro para fora, agindo de forma sistêmica na proteção do DNA das células, assim amenizando os danos que a radiação solar provoca ao organismo.

 

AO RECEBER UM DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE PELE

 

Existem diversas formas de tratamento para o câncer de pele, a modalidade escolhida varia de acordo com o tipo e a extensão da doença. E o quanto antes descoberta, maiores são as chances de cura, por isso, é importante a consulta regular com o médico dermatologista, pelo menos uma vez ao ano.

Tratamentos da Psoríase

Sabemos que existem vários tipos e níveis de gravidade da Psoríase.

Com base geral, destaco as linhas de tratamentos dessa condição autoimune que atinge a pele e pode também acometer as articulações. Por isso, dependendo do quadro, é preciso envolver outros especialistas, como o reumatologista e ainda psicólogo e/ou psiquiatra, caso a doença tenha impacto nas emoções e nas relações interpessoais.

Corticosteroides

Uso tópico de forma isolada ou em associação com outras substâncias. Essa é a base da pirâmide e muitos pacientes respondem bem ao tratamento. Lembro que a automedicação é contraindicada! 

Fototerapia

 

A fototerapia é a modalidade terapêutica que aplica exposições repetidas e controladas de radiação ultravioleta para alterar a fisiologia cutânea.

O objetivo é induzir a regressão ou controlar a evolução de diversas dermatoses, muitas de alta incidência e difícil controle.

A exposição da pele à radiação ultravioleta A (UVA) ou ultravioleta B (UVB) pode ser feita, com supervisão médica, através de uma cabine fechada ou unidades portáteis de diferentes tamanhos. Estes aparelhos emitem radiação de modo controlado e o tratamento segue protocolos bem definidos pelas sociedades médicas.

Medicamentos modificadores do curso de doença (MMCD) ex.: Metotrexato (MTX)

Pode ser uma opção para casos moderados a graves. Droga que possui ação anti-inflamatória e imunorreguladora. Em geral, o medicamento é usado na forma oral (comprimidos), porém existem opções de uso subcutâneo ou intramuscular.

Terapias biológicas

São terapias-alvo, voltadas aos pacientes com psoríase de moderada a grave (cerca de 20% dos pacientes).

Nos últimos 5 anos, tivemos um salto em opções de medicamentos biológicos aprovados para a psoríase no Brasil. Menciono os últimos lançados por aqui, da classe terapêutica das anti-interleucinas (17 e 23 e 12/23):

  • Cosentyx®️ (Secuquinumabe);
  • Skyrizi®️ (Risanquizumabe);
  • Taltz®️ (Ixequizumabe);
  • Tremfya®️ (Guselkumabe);
  • Stelara®️ (Ustequinumabe).

Todos são apresentados em forma de caneta injetável (uso subcutâneo) e boa parte está disponível para solicitação pelo convênio ou no SUS.

Antes dos citados acima, temos a aprovação do Adalimumabe (Humira® e Hyrimoz®), Etanercepte (Brenzys® e Enbrel®) e o Infliximabe (Remicade®).

O que vem por aí…

Em setembro/2022, o órgão regulador americano de alimentos, suplementos e medicamentos, FDA (Food and Drug Administration), aprovou dois novos medicamentos para o tratamento da Psoríase.

Isso significa que podemos esperar novidades por aqui em breve, sinal de esperança para

quem não respondeu as medicações já aprovadas.

São eles:

– SPEVIGO (spesolimab-sbzo) – imunobiológico que bloqueia a ativação do receptor da interleucina 36.
Foi aprovado para o tratamento de adultos com psoríase pustulosa generalizada, conhecida ainda como psoríase de Von Zumbusch. Essa foi a primeira medicação aprovada para esse tipo de psoríase. Seu uso é endovenoso.

– SOTYKTU (deucravacitinib) – da classe dos anti-JAK; seu uso é oral, um benefício que pode trazer maior adesão ao tratamento. Aprovado para pessoas adultas com psoríase em placas, de moderada a severa, que são candidatos a terapia sistêmica ou fototerapia.

Orientações Gerais

  1. Mantenha a pele hidratada

É importante destacar que, a hidratação contribui para melhorar a qualidade da pele dos pacientes com psoríase, pois uma pele bem hidratada possui maior barreira de proteção.

Indico a hidratação duas vezes ao dia, principalmente após o banho, quando a pele fica mais ressecada por conta do uso de sabonete, atrito com toalha e ainda efeitos da água morna ou quente.

Vale lembrar que os esfoliantes, produtos com corante e perfumes não são recomendados, pois podem desencadear um quadro alérgico ou agravar as lesões.

  1. Use o sol como aliado

Sim, o sol pode ajudar! Segundo pesquisas, o astro rei ajuda a amenizar a inflamação e ainda contribui para regenerar a pele, melhorando os sintomas da doença.

A exposição deve ser feita no início da manhã ou fim da tarde, por cerca de 10 minutos.

Já a exposição excessiva aos raios UVA e UVB, mesmo com filtro solar, pode irritar a pele dos pacientes com psoríase, piorando o quadro, além de poder causar queimaduras, envelhecimento precoce e câncer de pele.

Considerações finais

Lembrando que, cada tipo e gravidade de psoríase pode responder melhor a um tipo diferente de tratamento (ou a uma combinação de terapias). O que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra, dessa forma, o tratamento será sempre individualizado.

Se um tratamento não deu certo…

Existe um leque de opções de tratamento, se um não deu certo, vamos reavaliar! A Psoríase tem tratamento e envolve uma equipe multidisciplinar para que possamos alcançar o sucesso e a tão almejada remissão.

Conte comigo no controle da Psoríase.

Dra. Luana Meneghello

Dermatologista SBD

Atendimento presencial em Santa Maria, RS e por telemedicina para todo o Brasil.

Dermatoses Nutricionais

 

Você sabia que o desequilíbrio em nossa alimentação pode causar reflexos na nossa pele? Ou ainda que os tratamentos de doenças de pele podem ter respostas piores quando o organismo está em déficit nutricional?

Sim!

As dermatoses nutricionais são alterações cutâneas provocadas tanto pela ingestão insuficiente ou excessiva de alimentos, quanto pela sua má absorção. Essas deficiências/insuficiências ou excesso de fontes de proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais podem se manifestar como “pistas” no corpo, através de alterações nas unhas, cabelos, pelos, mucosas, superfície cutânea e até em diversos órgãos e sistemas do nosso corpo.

As crianças são, particularmente, mais suscetíveis às desordens nutricionais, pois nessa fase da vida o corpo demanda um aporte considerável de proteínas, vitaminas e minerais, assim como água, para crescer e se desenvolver em toda sua potencialidade.

As dermatoses nutricionais podem ser divididas em quatro grandes grupos:

  • Deficiência de Macronutrientes (proteínas)
  • Deficiência de Micronutrientes

Deficiência de vitaminas hidrossolúveis (vitaminas do complexo B, Vitamina C) e lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K)

  • Deficiência de Minerais (ferro, sódio, potássio, cloro, cobre, selênio, iodo, zinco)
  • Obesidade.

Quando ocorre um desequilíbrio na ingestão dos macro e micronutrientes, podemos notar alterações pelo corpo, como pele fina, avermelhada, com descamação; queda de cabelo, cabelos frágeis e quebradiços; dificuldade de cicatrização, entre outras.

Portanto, o conhecimento dessa associação entre manifestações cutâneas e desequilíbrio nutricional permite o diagnóstico precoce das desordens alimentares e a intervenção adequada para a resolução desses distúrbios.

Esse tema foi meu objeto de estudo no mestrado profissional em saúde materno-infantil da Universidade Franciscana – Santa Maria. A partir de oficinas online realizadas com os profissionais da atenção básica do município de Santa Maria, que fazem parte do projeto de pesquisa intitulado “Qualificação do acompanhamento multiprofissional de saúde em relação ao crescimento e desenvolvimento infantil na região central do Rio Grande do Sul”, foi detectada a necessidade de confeccionar um material de apoio, de cunho informativo, acerca do tema “manifestações dermatológicas em desordens nutricionais na infância”.

O e-book “Dermatoses Nutricionais na Infância” é dividido em quatro grandes eixos temáticos: deficiência de macronutrientes, de micronutrientes, de minerais e obesidade. De forma didática e de fácil entendimento, ele apresenta aos profissionais de saúde da atenção básica e demais interessados as principais manifestações dermatológicas associadas às desordens nutricionais.

O material está disponível gratuitamente para download no link abaixo.

Dermatoses Nutricionais na Infância

Espero que esse e-book contribua, assim, na difusão do conhecimento sobre esse tema tão importante e sempre atual.

MELANOMA: o que você precisa saber


No Brasil, embora o câncer de pele corresponda a cerca de 30% de todos os tumores malignos, o melanoma corresponde apenas a 3% das neoplasias desse órgão, sendo o tipo mais grave devido à alta possibilidade de provocar metástases. 

Os fatores de risco observados envolvem exposição aos raios ultravioletas, nevos displásicos e congênitos, pele clara, histórico pessoal de melanoma e histórico familiar.

O diagnóstico de uma lesão suspeita de melanoma é feito por meio de: exame clínico, com inspeção do ABCD do melanoma; anamnese, com análise da evolução da lesão; exame dermatoscópico e mapeamento corporal total.

Entenda aqui seus sinais, como é o diagnóstico, fatores de risco e tratamento.

Sobre o Melanoma

É originado nas células produtoras de melanina, os melanócitos.

As lesões podem surgir na pele, nos olhos, nas membranas mucosas e até no sistema nervoso central. Se apresentam como pintas ou manchas que podem apresentar alterações como inchaço, vermelhidão, sangramento e/ou coceira.

O Melanoma é considerado o câncer de pele mais letal em decorrência de sua alta capacidade de metástase. A boa notícia é que, se diagnosticado no início, as chances de cura chegam a 90%.

Grupos de risco aumentado

Os maiores afetados são os adultos de pele branca, mas o melanoma pode também atingir pessoas de pele negra (geralmente aparecendo palmas das mãos e plantas dos pés). 

As pessoas que se expuseram ao sol repetidas vezes ao longo da vida sem fazer uso de proteção são um grupo de risco, já que as queimaduras solares causadas pelos raios UV vão danificando a pele com o passar do tempo.

Outro grupo que apresenta maior propensão ao melanoma é o de pessoas com pele e/ou olhos claros: os ruivos, loiros e albinos; pessoas com familiares com melanoma; história de exposição prévia a cabine de bronzeamento artificial.

Veja na imagem os locais de maior acometimento.

Quais os sinais?

O melanoma pode surgir a partir de uma pinta pré-existente ou não. Quando a pinta já existe, ela tende a aumentar de tamanho, mudar de cor e de formato. Mas o melanoma pode também surgir ‘de novo’, ou seja, como uma pinta nova.

Uma maneira fácil de avaliar se um sinal na pele pode ser um tumor do tipo melanoma é aplicar a regra “ABCDE”:

  • Assimetria
  • Bordas irregulares
  • Cor variada na mesma lesão
  • Diâmetro maior que 6 milímetros
  • Evolução de tamanho, forma ou coloração.

Sangramento, inflamação, dor, sensibilidade e coceira também são possíveis sintomas.

Mas atenção! Nem sempre uma lesão como essa significa câncer. É necessária a avaliação de um profissional da área médica. 

Diagnóstico

O diagnóstico precoce faz muita diferença no tratamento do melanoma. 

O acompanhamento periódico com o médico dermatologista é fundamental para pessoas com suspeita da doença.

O diagnóstico de suspeição é feito através de exame clínico em que é analisado o aspecto da lesão, e do exame dermatoscópico, e se disponível, microscopia confocal. A partir da identificação da lesão suspeita, é realizada a biopsia de pele e o exame anatomopatológico.

O exame anatomopatológico é considerado o padrão ouro para a confirmação do melanoma.

No mapeamento corporal ou dermatoscopia digital é realizada uma documentação fotográfica digitalizada de toda a superfície corporal e, mais especificamente, das pintas, ou nevos, identificando pontos de atenção ou problemas, para seu rápido tratamento.

É um exame importante para detecção precoce, indicado principalmente para pessoas com mais de 30 pintas ou sinais pelo corpo, também chamados de nevos melanocíticos.

Também devem realizar o mapeamento pessoas com histórico de câncer de pele na família ou que possuam a Síndrome do Nevo Atípico.

Além de auxiliar na detecção precoce do melanoma, é ainda determinante para diagnóstico de tipos de câncer de pele menos agressivos, como o carcinoma espinocelular e carcinoma basocelular.

Tratamento

O tratamento adequado vai depender do estágio do câncer e se houver metástase. 

A cirurgia com ampliação de margens é o tratamento preconizado. Entretanto, quando o melanoma estiver em estágio mais avançado, além do procedimento cirúrgico, pode haver necessidade de tratamentos sistêmicos, como terapia-alvo, imunoterapia, quimioterapia e até mesmo radioterapia.

O ideal é sempre identificar o câncer em sua fase inicial, para que as chances de sucesso no tratamento sejam mais altas.

Histórico familiar aumenta os riscos de câncer de pele?

Sim! O risco de um paciente ser diagnosticado com melanoma está aumentado quando há casos desse tumor em familiares de primeiro grau.

E ainda, existem casos de melanomas em regiões do corpo pouco expostas ao sol, que apresentam alterações genéticas diferentes das outras.

Em alguns casos, os genes que controlam o crescimento celular (CDK4) e os supressores de tumor (CDKN2A) podem estar alterados e após o impacto solar, há mais chances de desenvolvimento do melanoma nesses pacientes.

Portanto, quando há casos de câncer na família, o acompanhamento dermatológico é ainda mais importante.

Como prevenir?

  • Evite o sol entre 10h e 16h, pois os raios solares estarão mais intensos;
  • Quando for se expor ao sol, se proteja com bonés, chapéus, barracas;
  • E o mais importante: faça uso diário de filtro solar no rosto e corpo, lembrando de reaplicar algumas vezes por dia. O protetor solar é a melhor barreira contra os raios UV. Isso vale mesmo para regiões com dias mais frios e ainda chuvosos.

Faça check ups regulares com um dermatologista e em caso de lesão suspeita, busque imediatamente um especialista.

Conte comigo.

Dra. Luana Meneghello

Dermatologista com pós-graduação em dermatologia oncológica pelo Sírio Libanês.

MonkeyPox – sem pânico, mas com cuidado

MonkeyPox – sem pânico, mas com cuidado

Já foram confirmados no Brasil vários casos de Monkeypox (Varíola dos Macacos), em sua maioria em São Paulo, no Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Por mais que não seja uma doença com alta letalidade, existe uma preocupação por conta da alta dos casos.

Um dos principais sintomas é um quadro de “bolhas” que afetam os pacientes infectados e podem se manifestar em qualquer parte do corpo, incluindo rosto, palmas e plantas e órgãos genitais.

Chamadas de vesículas, são parte dos sinais característicos da doença. Nelas, existe um líquido com grande quantidade de vírus, que contamina por contato.

Após alguns dias, evoluem para um conteúdo purulento  (com pus). Depois disso, viram uma espécie de crostas, que desaparecem após três ou quatro semanas, podendo deixar cicatrizes na pele.

Além das lesões na pele, a febre está entre os principais sintomas, que também podem incluir calafrios, dor no corpo e dor de cabeça, fraqueza e inchaço em pequenas glândulas (íngua), especialmente em regiões perto do pescoço.

O tempo de incubação varia de 6 a 16 dias, podendo se estender até 21 dias.

Grupos de atenção incluem imunossuprimidos, gestantes e crianças.

Incidência

Dados indicam que é muito mais frequente no sexo masculino (mais de 90% dos casos).

No Brasil, quase metade dos casos estão entre homens que declararam ter relação sexual com outros homens. Quanto ao possível local de contato, 87,6% são referentes a contato íntimo com desconhecido.

Mas vale ressaltar que, a infecção pode acometer qualquer pessoa, independentemente de orientação ou prática sexual.

Afinal, o que é a doença?

Trata-se de uma condição viral, diagnosticada e identificada pela primeira vez no século passado, na década de 60. Pertence ao gênero Orthopoxvirus, família Poxviridae, mesma família do vírus causador da varíola.

Por ter sido identificada primeiro nos macacos, ficou conhecida no mundo científico como “varíola dos macacos”. Mas os macacos são vítimas, como nós, humanos.

O primeiro caso em humanos ocorreu em 1970, no Congo. Daí, possuía caráter endêmico em alguns países da África Central e da África Ocidental. Vivemos, atualmente, o primeiro grande surto em países não endêmicos.

Como é transmitida?

A transmissão entre humanos ocorre, principalmente, por meio de contato com lesões de pele ou mucosa de pessoas infectadas, incluindo relação sexual, secreções respiratórias ou objetos contaminados.

Diagnóstico

Em caso de suspeita, dirija-se até uma unidade de saúde e com os devidos cuidados, que incluem o uso de máscara e frequente higienização das mãos. Evite contato com outras pessoas e cubra as lesões (manga e calça comprida).

Após avaliação médica, verificação dos sintomas e lesões, pode-se ser realizado o exame RT-PCR, através de uma amostra da secreção da ferida ou da crosta da ferida.

Confirmado o diagnóstico, a pessoa deve ficar em isolamento até o desaparecimento completo das lesões (2 a 3 semanas ou até 21 dias).

Não custa lembrar: não compartilhe objetos e material de uso pessoal, tais como toalhas de banho e/ou rosto, roupa de cama, roupas, talheres, copos etc.

Após o desaparecimento das crostas/lesões formadas na pele, a pessoa deixa de transmitir o vírus.

Diagnóstico diferencial

Pode ser necessária a investigação clínica e/ou laboratorial para descartar doenças que se enquadram como diagnóstico diferencial, como a varicela zoster, herpes zóster, herpes simples, infecções bacterianas da pele, infecção gonocócica disseminada, sífilis primária ou secundária, granuloma inguinal, molusco contagioso ou quaisquer outras causas de erupção cutânea.

Tratamento

De forma geral, tratamos os sintomas que o paciente apresenta. Como o tipo de dor e se há febre com antitérmicos. Para as lesões na pele, é utilizado também apenas cuidados locais como compressas ou curativos específicos em casos selecionados.

No caso de medicação antiviral, em quadros graves pode ser indicado o uso do Tecovirimat, já disponível no Brasil. 

Vacinação

O Brasil está importando a vacina produzida na Alemanha e Dinamarca, da empresa Bavarian Nordic, chamada de Jynneos (EUA) ou Imvanex (EMA) ou ainda Imvamune.

A vacina é aprovada na União Europeia desde 2013 para a prevenção da varíola comum e hoje tem aprovação da ANVISA para uso emergencial e do FDA (órgão regulador americano).

Porém, a OMS recomenda a vacinação de maneira preventiva para pessoas que podem ter sido expostas, aquelas que tiveram contato com casos confirmados, de preferência dentro de quatro dias após a exposição para prevenir o aparecimento da doença. Também pode ser destinada aos profissionais da saúde na linha de frente. Isso significa que, a princípio, não será destinada a toda a população.

O esquema vacinal é de duas doses, a serem administradas com quatro semanas de intervalo, para maiores de 18 anos.

Prevenção

Use máscara em locais fechados e com aglomeração em regiões com alta de casos;

Sempre carregue álcool em gel para a devida higienização das mãos;

No caso de contato íntimo, usar preservativo.

A transmissão por meio de gotículas, costuma ser por meio de contato prolongado entre o paciente infectado e outras pessoas, o que torna trabalhadores da saúde, familiares e parceiros íntimos, com maior risco de infecção.

Proteja-se.

Dra. Luana Meneghello

Dermatologista SBD

Psoríase em Foco – entenda sobre a condição

A psoríase é uma doença inflamatória de base imunológica, que pode causar lesões discretas na pele ou se apresentar de forma mais grave, com lesões extensas, além do comprometimento das articulações.

Na pele, as lesões são caracterizadas por placas avermelhadas, espessas e com descamação, que podem surgir em qualquer local do corpo. Seus sintomas podem desaparecer e reaparecer, periodicamente.

Apesar de não conhecermos sua causa exata, sabemos que existem alguns fatores de gatilho para o surgimento das lesões, como fatores ambientais e suscetibilidade genética.

Um ponto muito importante de destacar é que a psoríase NÃO é contagiosa. A aparência das lesões muitas vezes causa até preconceito, afetando a vida pessoal e profissional de muitos portadores. A autoestima acaba sendo abalada, afetando também a qualidade de vida e a saúde mental.

Atualmente, devo destacar que situações de estresse, ansiedade e depressão, por exemplo, são condições mentais que impactam diretamente no sistema imunológico, deixando o organismo mais vulnerável e suscetível a doenças, inclusive a piora e/ou surgimento da psoríase.

A seguir, explicarei com maior profundidade essa condição, tão complexa. Mas já reforço aqui que, a psoríase, apesar de não ter cura, tem tratamento, com novas descobertas e opções a cada ano. É fundamental acompanhar com frequência e seguir as recomendações médicas.

Cuidar da saúde mental e equilibrar a dieta incluindo alimentos ricos em antioxidantes também é uma forma de se cuidar, para que os sintomas não se manifestem com muita intensidade.

PRINCIPAIS TIPOS DE PSORÍASE E SUAS CARACTERÍSTICAS

Psoríase em placas ou vulgar: esse é o tipo mais comum, corresponde a cerca de 85% dos casos. As placas são avermelhadas, com escamas esbranquiçadas ou prateadas, que podem coçar. Pode atingir qualquer área do corpo, embora seja mais comum no couro cabeludo, cotovelos e joelhos.

Psoríase invertida: atinge regiões de dobras da pele, como axilas, virilha e a região abaixo da mama. Produz lesões avermelhadas, mas sem escamas.

Psoríase gutata: consiste em pequenas, porém numerosas, lesões arredondadas avermelhadas e descamativas, predominantemente no tronco.

Psoríase pustulosa palmoplantar: caracterizada pelo aparecimento de pústulas (pequenas bolha de pus) não infecciosas, geralmente nas palmas e plantas. Nos casos mais graves podemos ter febre associada.

Psoríase ungueal: atinge as unhas das mãos e/ou pés, gerando descamação, descolamento, manchas ou irregularidades na superfície das unhas.

Artrite psoriásica: atinge as articulações. Ocorre entre 10-30% dos pacientes com psoríase, podendo se apresentar como artrites, entesites (tipo específico de tendinite) ou dores articulares que são piores pela manhã. A manifestação nas unhas pode ser um indicador para o futuro acometimento articular.

Psoríase eritrodérmica: é o tipo menos comum. Causa uma vermelhidão generalizada na pele, atingindo pacientes com psoríase que tenham sofrido alguma agressão cutânea ou devido à interrupção de medicamentos, como corticoides. Infecções ou falta de tratamento de outros tipos de psoríase também podem ser as causas.

LOCAIS MAIS COMUNS

Cada organismo é único e as lesões podem variar não só de local, mas também de tamanho e características. Algumas descamam mais ou são mais vermelhas, podem coçar ou não.

É POSSÍVEL SABER SE A SUA PSORÍASE É GRAVE?

Infelizmente, não existe um exame simples que nos responda essa pergunta.

Uma das opções para saber se o tratamento está dando certo é acompanhar a forma como a doença está impactando na qualidade de vida de cada paciente.

Para ajudar na avaliação, foram criados alguns outros métodos de análises mais específicos. Um deles é o chamado PASI – Psoriasis Area Severity Index, ou seja, é o índice de gravidade da psoríase por área.

Este método divide o corpo em 4 regiões e classifica as lesões conforme 3 caracaterísticas. Além disso, cada um destes itens pode pontuar de 0 a 4, desde pouco até muito grave.

Assim, durante a avaliação, o dermatologista pode acompanhar se houve melhora ou piora em cada região, chegando a um score total.

Por isso, o acompanhamento de rotina é tão importante. Avaliar o paciente sob aspecto emocional e físico com o auxílio de testes, nos ajuda a adequar o tratamento e buscar uma melhor opção.

Condições associadas à Psoríase

A psoríase não é só uma condição da pele como muitos pensam. Na verdade, ela afeta e é afetada de várias formas, inclusive no viés emocional.

Além disso, cerca de 70% dos portadores apresentam alguma comorbidade, ou seja, doenças simultâneas, que podem causar ou serem causadas pela psoríase.

Confira abaixo as mais comuns:

  • Obesidade;
  • Doença inflamatória intestinal;
  • Uveíte;
  • Hipertensão Arterial Sistêmica;
  • Dislipidemia;
  • Diabetes Mellitus;
  • Doença cardiovascular;
  • Estresse e ansiedade;
  • Depressão.

Existem ainda estudos recentes que apresentam uma relação da psoríase com osteoporose, osteopenia, doença pulmonar obstrutiva crônica e apneia obstrutiva do sono.

3 CUIDADOS PARA O DIA A DIA

No banho: deve ser rápido e com água morna. Já o sabonete deve ser neutro e com propriedades hidratantes. Não use buchas para evitar o rompimento da pele. Tome cuidado ao se secar, principalmente nas áreas lesionadas, utilize uma toalha bem macia.

Abuse da hidratação! Aproveite o pós-banho, quando a pele ainda está úmida, para passar o hidratante. Dê preferência aos hidratantes sem muito perfume ou cor, para minimizar a possibilidade de alergia.

Atenção na hora de se vestir. Opte por roupas de algodão, que deixam a pele respirar normalmente, e que tenham uma boa ventilação. Ou seja, roupas confortáveis que não limitem os seus movimentos.

TRATAMENTOS

Hoje, já temos disponíveis diferentes tratamentos para a psoríase, sendo possível adaptar a melhor opção ao quadro de cada paciente.

Os principais são:

  • Corticosteroides tópicos de forma isolada ou em associação com outras substâncias. Essa é a base da pirâmide de tratamento e muitos pacientes respondem bem já nessa etapa.
  • Fototerapia – visa induzir a regressão e melhorar as lesões através da exposição controlada a radiação ultravioleta.
  • Medicamentos modificadores do curso de doença (MMCD), como o Metotrexato (MTX).
  • Terapias biológicas – são terapias-alvo, voltadas aos pacientes com psoríase de moderada à grave (cerca de 20% dos pacientes).

Nos últimos 5 anos, tivemos um salto em opções de medicamentos biológicos aprovados para a psoríase no Brasil. Menciono os últimos lançados por aqui, da classe terapêutica das anti-interleucinas (17 e 23 e 12/23):

  • Cosentyx®️ (Secuquinumabe);
  • Skyrizi®️(Risanquizumabe);
  • Taltz®️(Ixequizumabe);
  • Tremfya®️ (Guselkumabe);
  • Stelara®️ (Ustequinumabe).

Todos são apresentados em forma de caneta injetável (uso subcutâneo).

Lembrando que, o tratamento vai depender do tipo, do local atingido e da gravidade de cada quadro. Na consulta, determinamos juntos o protocolo a ser adotado.

É uma longa caminhada até obter o seu controle. O mais importante aqui é a persistência. Continue o acompanhamento, tenha hábitos saudáveis e cuide da sua saúde mental.

Conte comigo e vamos tratar a psoríase!

Dra. Luana Meneghello

Dermatologista SBD